O Parlamento, “o lugar onde o poder do povo encontrou seu lar,” será o foco da contribuição austríaca na Bienal de Veneza 2014. Com mais de 200 edifícios de parlamentos nacionais em todo o mundo, modelados na escala 1:500, a exposição "Plenum. Places of Power.” irá explorar como a arquitetura do parlamento se conecta ao povo e influencia a identidade nacional.
"A ideia de legitimação democrática do poder é tão difundida hoje que nenhuma nação pode criar tal lugar sem um edifício para uma assembléia popular representativa." descreveu o comissário Dr. Christian Kühn. "Com o que se parecem estes lugares? E como estão conectados ao público cuja crença na formação democrática parece estar diminuindo em todo o mundo?"
Da equipe curatorial: A exposição do Pavilhão Austríaco busca encontrar respostas para estas questões a partir de várias perspectivas. O ambiente principal do pavilhão abrigará todos os parlamentos nacionais ao redor do mundo - um parlamento de parlamentos - cada um documentado através de maquetes na escala 1:500, implantações, e fatos sobres estes edifícios. Este plenário mostra quais as mensagens frequentemente confiadas à arquitetura quando se trata dos edifícios de parlamentos: identidade nacional, permanência, conformidade com exemplos históricos, mas também uma representação compulsiva de um novo começo. Os modelos serão dispostos em uma grelha rígida. Arranjados em tal volume, os monumentos se tornam ornamento.
Em contraste com estas abstratas arquiteturas monumentais reduzidas à forma, a arquitetura é apresentada nos ambientes do pavilhão não como uma acumulação de objetos, mas como uma singular sequência de condições. Aqui vemos exemplos apresentados em detalhes: o Parlamento Austríaco na Ringstraße de Viena e dois projetos de Coop Himmelb(l)au, o Parlamento da Albânia em Tirana e o Centro de Conferências em Dalian/China, construído como a versão asiática do local do Fórum Econômico Mundial em Davos. Estes projetos serão expostos no contexto de suas histórias políticas. O foco aqui está nos conflitos, julgamentos de valor, parcialidade, em resumo: no desenvolvimento de uma sociedade através da arquitetura. Arquitetura não é um objeto. Arquitetura é fazer arquitetura.
A exposição continua a explorar este tema no pátio do pavilhão. Um jardim densamente arborizado concebido pelos paisagistas Auböck und Kárász substitui a grelha quadrada racionalista do interior, trazendo o verde desordenado dos arredores para a exposição. Aqui, distante de qualquer arquitetura monumental, o foco está no novo fenômeno da representação democrática. Uma instalação sonora, desenvolvida pelo grupo Kollektiv/Rauschen, consiste em fazer o jardim falar através de pequenas caixas de som que transmitem vozes isoladas e também o coro de uma multidão impaciente.